Memento mori – Seria aceitar a morte o segredo para a felicidade?

Oi! Seiiti Arata. Existe uma quantidade cada vez maior de pesquisa na área de psicologia positiva. Nós vimos em vídeos anteriores que existem alguns limites no pensamento positivo e na literatura de auto ajuda.

Hoje vamos dar um passo além: vamos aceitar o lado negativo da vida para termos mais tranquilidade e realização. A ideia parece paradoxal, e por isso vamos começar com algo forte e inevitável: a morte.

1. Memento mori

Podemos contemplar a morte como algo que nos lembra do valor da vida. E que não podemos deixar escapar essa preciosa oportunidade de viver. A expressão “memento mori” do latim é uma maneira de lembrar que vamos morrer um dia e por isso usar a vida para cultivarmos valores como o desapego e a busca de aperfeiçoamento do nosso caráter.

De maneira alguma isso significa que vamos ficar ansiosamente aguardando a morte. Não é essa a ideia. Nós apenas vamos parar de fingir que a morte não existe ou que nunca vai nos alcançar. Deixamos de negar a morte e a aceitamos como parte da vida.

Felicidade não é fugir de emoções negativas, mas sim saber lidar com elas. (25) - Seiiti Arata, Arata Academy

Felicidade não é fugir de emoções negativas, mas sim saber lidar com elas. É usar a nossa inteligência para escolher as melhores maneiras de lidar com os eventos difíceis e emoções turbulentas.

2. Estoicismo

Os estóicos conseguiam abraçar a negatividade para alcançar positividade. Com a visualização negativa, eles imaginavam a pior situação que poderia acontecer e quando se deparassem com alguma frustração, percebiam que não havia sido tão ruim assim.

Conforme nós já falamos nos vídeos sobre estresse aqui no nosso canal YouTube, o estresse não é causado pelos eventos externos do nosso ambiente ou por coisas que as pessoas ao nosso redor fazem ou deixam de fazer. O estresse vem de dentro. É a nossa interpretação das coisas que acontecem.

Veja por exemplo o caso de um funcionário que é demitido e acha que aconteceu a maior injustiça do mundo com ele. Sente medo sobre como vai conseguir pagar as contas, olhar no rosto dos vizinhos. E depois de alguns anos, já em um novo emprego, muitas vezes até melhor, olha pra trás e diz que ser demitido daquele lugar onde estava estagnado foi a melhor coisa que aconteceu. Muitos eventos dependem principalmente da nossa perspectiva.

Desenvolvimento Pessoal Seiiti Arata, Arata Academy

3. Desapego

Uma outra famosa ideia estóica vem de Epíteto, que nos lembrava que não é uma ideia muito inteligente ficar apegado a pessoas ou objetos. Todo objeto uma hora quebra, é perdido, deixa de funcionar. Toda pessoa um dia morre, se vai, muda.

A perspectiva proposta é de aceitar o que temos agora, no momento presente. Sem o apego ou a expectativa de que continue no futuro. Convido você a assistir ao vídeo Viver o momento presente.

Dito isso, é normal nos apegarmos àquilo que nós gostamos. Sofremos quando as coisas mudam. Choramos com a morte de quem amamos. Temos ansiedade sobre o futuro.

Quanto mais nós focamos nossos esforços em não sentir a negatividade, mais nós acabamos sentindo: é igual dizer “não pense numa girafa” e a primeira coisa que pensamos é justamente em uma girafa. (25) - Seiiti Arata, Arata Academy
Quanto mais nós focamos nossos esforços em não sentir a negatividade, mais nós acabamos sentindo: é igual dizer “não pense numa girafa” e a primeira coisa que pensamos é justamente em uma girafa. (25) – Seiiti Arata, Arata Academy

O apego a qualquer situação, aparência, objeto ou pessoa nos leva ao sofrimento pois nada é permanente. Assim é que os budistas não ficam também evitando a negatividade ou forçando um pensamento positivo. É aceitando a vida como ela é que nós podemos nos desapegar de sentimentos e emoções turbulentas. Nós nos tornamos observadores, com serenidade, tranquilidade. Ganhamos consciência.

4. Ressignificar e aceitar o pensamento negativo

Assim como vimos no vídeo anterior sobre pensamento positivo (link arata.se/oi23), entendemos que não existe a necessidade de sufocar os pensamentos negativos. Quanto mais nós focamos nossos esforços em não sentir a negatividade, mais nós acabamos sentindo: é igual dizer “não pense numa girafa” e a primeira coisa que pensamos é justamente em uma girafa. Em vez disso, vamos ressignificar e aprender a utiliza-los de forma inteligente.

Quando lembramos do estoicismo e do budismo, isso não quer dizer que é necessário seguir uma certa filosofia antiga ou religião específica pra ter tranquilidade. Apenas basta lembrar que podemos usar o nosso intelecto para prosseguir adiante nos nossos projetos mesmo diante de dificuldades. Podemos amar hoje sabendo que amanhã as coisas podem ser diferentes. Podemos deixar a busca de técnicas de motivação e auto ajuda e colocar a mão na massa, fazendo o melhor possível e também aceitando a possibilidade de fracassar.

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Em alguns casos esse confrontamento de nossos medos pode ser melhor realizado através da terapia cognitiva comportamental com profissionais qualificados. Em outros, é por um caminho de atividades sociais, voluntariado. Todo este processo de aceitação, de trazer novos significados e encontrar formas para vivemos melhor faz parte do processo de Desenvolvimento Pessoal e por isso convido você para visitar os vídeos especiais que temos disponíveis em https://arata.se/desenvolvimentopessoal